Tuti – Primavera de 2020 – Pandemia.
Todos os seres vivos têm bastante sensibilidade à chegada da primavera. A única exceção é o ser humano.
A racionalidade tira do homem a sensibilidade e o apelo para buscar e manter a vida. A Natureza controla os instintos para realizar a manutenção da vida, mas tem dificuldade para controlar o homem.
Porque nós, que somos teoricamente movidos por inteligência “superior”, não temos a garra de defender a vida a qualquer preço?
As florestas queimam. Todo o equilíbrio natural se esvai diante de nossos olhos. Nada emociona de forma eficiente a humanidade. Não estamos dispostos a nos lançar em uma cruzada pela vida.
Nem mesmo a inteligência, a capacidade do uso de ferramentas, tecnologias, recursos, comunicação… nos levam a fechar questão com relação à vida. Somos os seres mais antinaturais do planeta. Somos a face da destruição. A ruína.
Quem disse que somos a imagem e semelhança de Deus?
Teria o criador a petulância de destruir tudo por garimpos, nióbio, ouro?
Por que Deus, nossa semelhança e outra imagem, se poria a matar indígenas, roubar terras por madeira e transformar tudo em pasto para o gado?
A Natureza precisa destruir a humanidade, seu inimigo, seu câncer. Com certeza a humanidade, com o passar das eras, será destruída. Não há como manter uma espécie que não respeita nada.
A vida continuará.
Melhor que antes.
Não deixaremos saudade.